O corpo e a simbologia arquetípica no movimento Taki Onkoy nos Andes no fim do século XVI d.C.
DOI:
https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2020.vol05.0012Palavras-chave:
Psicologia junguiana, ritos de passagem, deusesResumo
Durante os anos seguintes à conquista espanhola na América, surgiram vários fenômenos militares, políticos, civis, religiosos e sociais. Historiadores e antropólogos dedicaram-se à admirável tarefa de reunir fontes, checar dados e estudar depoimentos sobre esses fenômenos. Dentro dessa literatura, encontramos o movimento Taki Onkoy, normalmente inserido nas rebeliões ocorridas como reação dos indígenas ao domínio espanhol. Mas o movimento Taki Onkoy não era uma rebelião como as outras que surgiram nesse período, o movimento Taki Onkoy tornou-se a manifestação mais dramática da noção andina do sagrado e do poder dos sacerdotes andinos, que se lançaram na busca pela transformação e reestruturação da consciência. Este artigo teve como objetivos aprofundar o conhecimento da experiência religiosa coletiva do movimento Taki Onkoy e compreender seus símbolos arquetípicos e origem psíquica. A partir da teoria junguiana, abordou-se o encontro de dois mundos e buscou-se entender os complexos processos psicológicos e corporais que giravam em torno do movimento Taki Onkoy. A psicologia analítica contribuiu para compreender os momentos históricos da violência e do trauma em que um conjunto de símbolos sociais foi aniquilado e o ser humano retornou desesperadamente à procura de seu próprio imaginário, de seus mitos e de sua própria essência, usando para isso os símbolos e o corpo.
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