O relógio do mundo
reflexões sobre a percepção do tempo
DOI:
https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2025.vol-10.216Palavras-chave:
psicologia junguiana, percepção de tempo, inconsciente coletivoResumo
O presente artigo visou discutir a percepção do tempo enquanto experiência psíquica, sobretudo como tal fenômeno processa-se em uma época em que sua vivência e apreensão é cada vez mais fugidia, produzindo a sensação generalizada de escassez e a aceleração progressiva do tempo. Para satisfazer tal proposta, foram construídas reflexões sobre o tema, mediante o diálogo entre a psicologia junguiana e proposições de autores contemporâneos de diferentes campos do saber que versam sobre o mesmo assunto, especialmente a sociologia de Zygmunt Bauman. Conquanto o tempo em si mesmo não passe de uma abstração ou de uma categoria do entendimento, de acordo com alguns teóricos, o que nos importa considerar é sua dimensão arquetípica, tal como fora expresso a partir dos mitos contemplados neste texto, notadamente Cronos, dada sua grande ênfase no mundo contemporâneo. Assim, de uma abordagem que leva em consideração quase que exclusivamente seus aspectos quantitativos, necessário se faz que passemos a dar mais significado aos atos do nosso cotidiano, mesmo aqueles mais simples, de modo que nossa experiência com o tempo seja de qualidade e plenitude. Em síntese, nosso estudo restringiu-se tão somente em propor breves reflexões acerca de como o homem contemporâneo experiencia o tempo e quais são as circunstâncias envolvidas e possivelmente determinantes das alterações perceptuais.
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