A experiência amorosa como rito de passagem dentro do processo de individuação feminino

Autores

  • Ana Lūcia Cirineu OPUS Psicologia e Educação

DOI:

https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2020.vol05.0011

Palavras-chave:

amor, ritos de iniciação, sofrimento, individuação (psicologia)

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo refletir sobre a experiência amorosa tal como ela é vivida pelas mulheres, ressaltando essa trajetória como um processo único e de grande importância no desenvolvimento da psique feminina. A escolha por analisar especificamente a experiência amorosa feminina partiu do pressuposto de que ela se dá de forma diferente daquela do desenvolvimento masculino. Na mulher, o amor configura-se como um rito iniciático que a coloca na jornada da individuação, já o homem, no decorrer de seu desenvolvimento, depara-se com outras formas de iniciação. A pesquisa aqui desenvolvida investigou de que forma a experiência amorosa serve como rito de passagem para o caminho de individuação feminino, explorando mais precisamente o sofrimento enquanto marca principal desse rito de passagem.  A partir do mito de Eros e Psiquê, analisou-se  o caminho percorrido pela mulher na descoberta de si mesma, considerando o sofrimento experimentado no decorrer do processo como necessário e facilitador do encontro com o animus, o que, consequentemente, contribui para o processo de tomada de consciência e para a busca autônoma da individuação feminina.

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Publicado

28-10-2020

Como Citar

Cirineu, A. L. (2020). A experiência amorosa como rito de passagem dentro do processo de individuação feminino. Self - Revista Do Instituto Junguiano De São Paulo, 5, 1–19. https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2020.vol05.0011

Edição

Seção

Artigo de reflexão (ensaio)