RESENHA
DOI: 10.21901/2448-3060/self-2019.vol04.0014

 

Coringa. Direção: Todd Phillips. 2019. BRON Studios. (Estados Unidos)

 

Joker. Direction: Todd Phillips. 2019. BRON Studios. (United States)

 

Guasón. Dirección: Todd Phillips. 2019. BRON Studios. (Estados Unidos)

 

 

Priscilla Tessicini

São Paulo, SP, Brasil

 

 

Estamos diante de um dos filmes mais intrigantes do ano, responsável pela maior bilheteria de um longa originário de uma história em quadrinhos (BBC News, 2019). Este é o primeiro filme sobre o personagem Coringa que tem como foco sua vida pregressa, antes de ele se tornar o famoso vilão do Batman (Hosken, 2019). A direção é de Todd Phillips, renomado diretor de comédias, entre as quais "Se beber, não case".

Para fazer o seu Coringa, Phillips inspirou-se na filmografia do diretor Martin Scorcese (Rolling Stone, 2019), recriando a sombria atmosfera nova iorquina de seus filmes ambientados nos anos 1980 (Rolling Stone, 2019 novembro 28). Phillips preocupou-se em dar profundidade ao personagem. Com essa perspectiva, que conferiu tamanho realismo e humanidade ao protagonista, o filme recebeu muitas críticas, apontando que a obra poderia estar justificando e incitando à violência (Driscoll & Husain, 2019; Catraca Livre, 2019). O polêmico longa ganhou o "Leão de Ouro" do "Festival de Veneza" deste ano, e foi aplaudido ininterruptamente por oito minutos após sua exibição (Gotham Center, 2019).

A história tem conexão com o filme "Taxi Driver" (1976), de Martin Scorcese (Revista Rolling Stone, 2019 novembro 28), no qual o taxista Travis Bickle, interpretado pelo ator Robert de Niro, vive uma problemática psicológica semelhante à de Arthur Fleck, o Coringa, de Phillips. Os dois personagens habitam uma cidade inóspita e opressiva e enlouquecem, chegando a cometer crimes violentos. Outro ponto de contato é que ambos possuem diários nos quais anotam suas percepções e sentimentos a respeito da vida e do mundo. A sintonia de Phillips com Scorcese não para por aí. Em "Coringa", Robert de Niro ganhou o papel de Murray Franklin, apresentador de um talk show, em clara alusão a outra obra de Scorcese, "O Rei da Comédia" (1983) (Rolling Stone, 2019 novembro 28), na qual de Niro faz um comediante fracassado em busca de reconhecimento.

"Coringa" é um filme inquietante e parte dessa inquietação se deve à coexistência de elementos do drama, da tragédia, da comédia, do suspense e do terror psicológico. É inquestionável o fato de que o filme movimenta vasta gama de sentimentos e emoções nos espectadores. Uma coisa é certa: ninguém sairá incólume após assisti-lo.

A trama conta a história de um homem solitário, Arthur Fleck, que vive com a mãe física e mentalmente doente e que sobrevive às custas dos bicos que faz como palhaço em uma empresa que terceiriza bufões. Seu maior sonho é ser ator comediante de stand up. Sentindo-se fracassado profissional e afetivamente e oprimido pelo ambiente, Arthur passará por várias situações de frustração e violência, que irão provocar uma grande transformação em sua personalidade, inicialmente passiva e submissa, até se transformar em um violento justiceiro.

No passado, Arthur esteve internado em Arkham, hospital psiquiátrico, tendo saído sob a condição de que frequentasse sessões terapêuticas semanais com uma assistente social e fizesse acompanhamento psiquiátrico. Para receber os tratamentos, que incluíam o uso de sete remédios diferentes, ele dependia da ajuda do governo. Ao longo da história, ficamos sabendo que sua mãe também tinha transtornos mentais. Assim, genética e ambiente encontram-se para formar o terreno profícuo ao desenvolvimento do drama trágico que irá se desenrolar ao longo do filme.

O cenário é Gotham City, uma cidade sombria e perversa, marcada pela desigualdade e à beira de um caos social e político. Em entrevista à revista "Vanity Fair", o diretor disse ter cuidado da estética do filme, para que tivéssemos a sensação de que Gotham se projeta sobre Arthur, denunciando a opressão do meio sobre o personagem (Vanity Fair, 2019). Há uma greve de lixeiros e, devido ao acúmulo de lixo nas ruas da cidade, ocorre uma infestação de ratos de todos os tipos. A metáfora dos ratos e do ar fétido refere-se à elite e à classe política psicopática de Gottam, insensíveis ao sofrimento de seus cidadãos. Thomas Wayne, pai do Batman e suspeito de também ser o pai de Arthur, é um político milionário que representa essas categorias.

A primeira cena do filme traz informações sobre o universo psíquico e emocional do personagem. Arthur encontra-se em seu ambiente de trabalho, local onde indivíduos excluídos e desprezados pela sociedade ganham a vida como palhaços. Apesar de haver pessoas no ambiente, a relação de Arthur é com o espelho diante de si. A maquiagem cobre seu rosto e define sua máscara. Com os dedos, Arthur ajuda seus músculos a esboçarem um sorriso montado, um falso sorriso. Nesse momento, uma lágrima escorre pelo rosto cuidadosamente pintado. O palhaço que ri esconde uma tristeza profunda, sua verdadeira face.

Em outra cena, seu diário evidencia um sofrimento: "o problema de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não a tivesse". Arthur Fleck é um homem retraído e triste que não consegue se conectar com ninguém, sendo constantemente alvo de violência e desprezo, em situações de clara injustiça. Em conversa com a assistente social, Arthur refere a falta de acolhimento da sociedade e denuncia que ninguém o escuta, nem mesmo ela, que trabalha de forma mecânica e fria e lhe faz sempre as mesmas perguntas.

A atuação de Joaquin Phoenix, que interpreta Arthur, é brilhante. O ator perdeu 23 quilos para fazer o papel (Nava, 2019) e seu trabalho corporal é irretocável, inicialmente explorando a magreza e os ossos salientes do personagem, dando a dimensão do estado de desamparo e fragilidade de Arthur.

A relação do protagonista com a mãe é precária. Ela depende dos cuidados do filho, e a única diversão que compartilham é assistir a um show de entretenimento na TV, apresentado por Murray Frank (de Niro). O apresentador é uma inspiração para Arthur, que sonha em participar do programa. Sobre Frank, Arthur projeta a imago paterna. Em seus delírios, o apresentador lhe diz: "Eu não abriria mão de um filho como você!".

Arthur é marcado por sentimentos de abandono e de rejeição. Ele nada sabe sobre seu pai, a não ser pela ótica idealizada da mãe: "Ele é um homem extraordinário, feliz e poderoso". Diante dessa afirmação, Arthur pergunta à mãe: "E o que diriam sobre mim?" Esta pergunta é o ponto central da sua problemática, pois ele não se reconhece, não consegue se ver refletido a não ser como palhaço, falta-lhe um senso de identidade. Quem é Arthur Fleck?

Além de não saber quem é seu pai, a identidade da mãe também é colocada em dúvida no filme.

Desde criança, sua mãe lhe diz que ele veio ao mundo para sorrir e levar a felicidade às pessoas. No entanto, o destino previamente traçado mostra-se incompatível com sua história pessoal, marcada por negligências e abusos, embora, inicialmente, Arthur não se lembre destes abusos e não aja de forma violenta. Ele desejava apenas ser reconhecido.

A obsessão de Arthur pelo riso o acompanha desde cedo, sendo expressão da necessidade de ser admirado, assim como as crianças que acreditam que, se forem engraçadas, serão amadas. Outro ponto importante é o fato de Arthur ter um distúrbio neurológico que o faz rir involuntariamente, retirando-lhe o controle sobre as emoções que se expressam à sua revelia e de maneira incongruente, gerando repulsa.

Há uma cena bastante emblemática: Arthur retira os alimentos do refrigerador e entra nele, como se estivesse acostumado a ambientes gelados e a relações frias. A invisibilidade familiar e social é uma experiência devastadora, confirmada por uma de suas falas cortantes: "em toda a minha vida eu nem sabia se eu realmente existia []".

A trilha sonora do filme parece ter sido escolhida de forma a confirmar a condição subjetiva do personagem. A música "Smile" (Turner, Parsons, & Chaplin, 1954), na primeira parte da trama, reforça a ideia de que Arthur deve sempre sorrir e esconder sua tristeza. O palhaço de Charles Chaplin, personagem do filme "Tempos Modernos" (Prando, 2019) aparece no cinema, reafirmando a condição daquele que sofre infortúnios e injustiças sociais, mas que continua sorrindo e fazendo sorrir.

Com o passar do tempo, o caos na cidade aumenta, representando a tensão interna que cresce, concomitantemente, dentro do personagem. Arthur pergunta à assistente social: "É impressão minha ou o mundo está ficando mais maluco?". A loucura do mundo que o circunda e a do seu mundo interior são uma coisa só. Ele pede para aumentar a medicação: "Eu só não quero mais me sentir tão mal". Não é possível atender a esse pedido porque ele já está medicado em nível máximo. Quando os serviços médicos e os atendimentos sociais sofrem cortes, Arthur fica abandonado à própria sorte.

A doença mental, sem o uso da medicação, começa a piorar, ao mesmo tempo em que Arthur vai entrando em contato com sua biografia desconhecida. Confusão, mistério e mentiras o enfurecem. As versões sobre sua vida são discrepantes e não convencem. Thomas Wayne pode sim ser seu pai, Arthur encontra uma foto que atesta o relacionamento entre ele e sua mãe.

Antes da virada do personagem, assistimos a um momento de lucidez quando, ao receber um revólver, fruto de uma atitude perversa de um colega, Arthur afirma: "não posso ter uma arma". E quem, de fato, pode? A arma é o recurso Deus ex-machina do filme, aquele que vem para salvar o protagonista de sua trágica condição; é o gatilho da transformação.

Ao ser demitido, parece aliviado e, descendo a escada antes de alcançar a saída, lê em uma placa: "Não esqueça de sorrir". Decide então riscar a palavra "esqueça", restando apenas a expressão: "Não sorria". A mensagem é clara: Arthur rompe com os desígnios maternos, pondo fim aos falsos sorrisos.

Aos poucos, a tensão entre o mundo objetivo e o subjetivo se nivela, levando ao colapso da personalidade consciente, e a mente de Arthur é invadida por delírios que confundem, inclusive, o espectador. Fica difícil discriminar a realidade dos fatos. De qualquer forma, se tudo aconteceu na cabeça dele ou não, parece não fazer diferença, pois sabemos que o que nos afeta é o que enxergamos como realidade, o que reside dentro de nós.

A partir desse momento, Arthur vai entrando em surto psicótico e começa a matar. As primeiras pessoas que ele mata são homens que estão assediando uma moça no metrô. No início, Arthur fica perturbado com o fato, mas depois sente-se mais forte, como se estivesse iniciado uma jornada heroica.

Na cena mais violenta do filme, presenciamos um inesperado gesto de reconhecimento e empatia, quando Arthur não tira a vida de um colega de trabalho, o anão, afirmando que este sempre o tratou com respeito. Sua ética é clara: pune quem lhe causou sofrimento. A cada morte sente o incremento de status e de poder. Arthur finalmente realiza o desejo de ser visto, tornando-se a máscara heroica da população descontente.

Dançando com os braços em cruz revela uma postura corporal de libertação, confirmando que uma nova personalidade se instalou. Arthur Fleck foi crucificado e ressuscita como Coringa. Nenhum indício do corpo frágil e curvado de outrora restou. O surto psicótico deu vida aos aspectos sombrios de sua personalidade. Toda a vida reprimida de seus instintos vem à tona. Ao mudar a identidade do personagem, a estética do filme também muda, acentuam-se as cores e a música muda. Para entender o que o Coringa pensa e sente no momento da virada, escute a música "That's Life" (Kay & Gordon, 1963). Sua letra denuncia a atitude interna recém-nascida. Nada mais irá deprimi-lo, seu destino mudou.

Muitos loucos fizeram parte da história do cinema como coadjuvantes, mas sua relevância é fundamental, pois possuem a função de escancarar a verdade negada. Paradoxalmente, os loucos são os mantenedores da saúde mental da sociedade, apontando e lhe devolvendo o que insiste em rejeitar: o seu próprio lixo, metáfora da feiúra, da sujeira, da maldade, da violência etc. O louco é o depositário da sombra coletiva.

[...] A figura está cindida da consciência subjetiva e se comporta por isso como uma personalidade autônoma. O "trickster" é a figura da sombra coletiva, uma soma de todos os traços de caráter inferior. Uma vez que a sombra individual é um componente nunca ausente da personalidade, a figura coletiva é gerada sempre de novo a partir dela (Jung, 1954/2012, p. 271, § 484).

O Coringa é a carta do baralho que não tem identidade própria e assume a face necessária para a vitória do jogo. Assim o fez Arthur: abandonou a personalidade apática, que lhe causava sofrimento, e saltou para o polo oposto, o da extrema violência. Jung explica esse fenômeno: "[...] a sombra individual também traz em si o germe da enantiodromia, da conversão em seu oposto" (Jung, 1954/2012, p. 273, § 488).

As inquestionáveis limitações psíquicas de Arthur impediram-lhe a saída construtiva, o caminho do meio.

Caso exista uma predisposição psicótica pode acontecer que figuras arquetípicas - as quais possuem uma certa autonomia graças à sua luminosidade natural - escapem ao controle da consciência, alcançando uma total independência, ou seja, gerando fenômenos de possessão (Jung, 1954/2012, p. 48, § 82).

Foi assim que o Coringa possuiu Arthur Fleck.

A despeito do foco sobre a patologia, que seria restringir sobremaneira a riqueza simbólica do filme, Joaquin Phoenix afirmou em entrevista à revista Rolling Stone que, para ele, o longa fala sobre "o poder da gentileza e a falta de empatia no mundo" (Rolling Stone, 2019 novembro 20; Tiff Talks, 2019).

Eis uma verdade irrefutável da qual somos partícipes e sobre a qual o filme nos impele a refletir.

 

Referências

BBC News. (2019, novembro 14). Coringa: como filme protagonizado por Joaquin Phoenix se tornou adaptação de quadrinhos de maior retorno da história. BBC News. Recuperado de https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50405539

Catraca Livre. (2019, outubro 5). 'Coringa' faz EUA reforçar a segurança nos cinemas. Catraca Livre. Recuperado de https://catracalivre.com.br/entretenimento/coringa-faz-eua-reforcar-a-seguranca-nos-cinemas.

Driscoll, A., Husain, M. (2019, October 21). Why Joker's depiction of mental illness is dan-gerously misinformed: With films playing a key role in shaping attitudes to mental health, two doctors say Joaquin Phoenix's troubled supervillain perpetuates damaging stereotypes. The Guardian. Recuperado de https://www.theguardian.com/film/2019/oct/21/joker-mental-illness-joaquin-phoenix-dangerous-misinformed

Gotham Center. (2019, setembro 01). Coringa aplaudido de pé por 8 minutos na estreia em Veneza [Arquivo de vídeo]. Gotham Center. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=7EeDr3xrlqg

Hosken, P. (2019, abril 3). Coringa: primeiro e emocionante trailer mostra como jovem comediante se transformou no complexo vilão; assista. Hugo Gloss. Recuperado de https://hugogloss.uol.com.br/filmes/coringa-primeiro-e-emocionante-trailer-mostra-como-jovem-comediante-se-transformou-no-complexo-vilao-assista

Jung, C.G. (2012). Os arquétipos e o inconsciente coletivo (OC, Vol. IX/I). Petrópolis, RJ: Vozes. (Trabalho original publicado em1954).

Kay, D., & Gordon, K. (1963). That's life [música]. Recuperado de https://en.wikipedia.org/wiki/That%27s_Life_(song).

Nava, S. (2019, outubro 6). A dieta para fazer 'Coringa' que quase enlouqueceu Joaquin Phoenix: "Comer pouco me afetou psicologicamente", disse o ator, que desmentiu a informação de que só comia uma maçã ao dia. El País Brasil. Recuperado de https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/04/cultura/1570181465_652850.html

Prando, A. (2019, outubro 26). Tudo sobre a estetização da loucura no filme do Coringa: Como 'Coringa' tem impactado o cinema blockbuster ao redor do mundo?. What Else Mag. Recuperado de https://www.whatelsemag.com/novo-filme-coringa/

Rolling Stone Brasil. (2019 novembro 20). Joaquin Phoenix celebra o sucesso de Coringa: 'É sobre o poder da gentileza': o ator de 45 anos revelou que "não é a bilheteria, mas a recepção" do público que realmente importa. Rolling Stone Brasil. Recuperado de https://rollingstone.uol.com.br/noticia/joaquin-phoenix-celebra-o-sucesso-de-coringa-e-sobre-o-poder-da-gentileza/

Rolling Stone Brasil. (2019 novembro 28). Oito detalhes em Coringa que só percebemos depois de assistir mais de uma vez: o filme dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix foi minuciosamente construído, e notar algumas dessas características exige um olhar bem atento. Rolling Stone Brasil. Recuperado de https://rollingstone.uol.com.br/noticia/8-detalhes-do-coringa-de-joaquin-phoenix-que-so-da-para-perceber-ao-assistir-de-novo-lista/

Tiff Talks. (2019 september 10). Joker cast and crew Q&A. Tiff Talks. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=lSPVRiMRvXM&t=20s

Turner, J., Parsons, G., & Chaplin, C. (1954). Smile. Recuperado de https://en.wikipedia.org/wiki/Smile_(Charlie_Chaplin_song).

Vanity Fair. (2019, October 7). Joker director breaks down the opening scene. Vanity Fair. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=awoQuVq2yYc

 

 

Recebido: 22 nov 2019
1a revisão: 4 dez 2019
Aprovado: 7 dez 2019
Aprovado para publicação: 16 dez 2019

 

 

Conflito de interesses: A autora declara não haver nenhum interesse profissional ou pessoal que possa gerar conflito de interesses em relação a este manuscrito.
Minicurrículo: Priscilla Tessicini - Candidata a membro ao Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP). Terapeuta de Sandplay pelo Instituto Brasileiro de Sandplay, filiada à International Society of Sandplay Therapy (ISST). Psicóloga clínica formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); graduada em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP). Atriz profissional formada pelo Teatro Escola Célia Helena. Mantem atendimento em consultório particular crianças, adolescentes, adultos e orientação de pais. E-mail: priscilla_tessicini@yahoo.com.br